Uma das escolhas mais significativas que um escritor precisa fazer antes de dar corpo a sua narrativa é decidir em qual voz contar a história: primeira pessoa ou terceira pessoa. À primeira vista, parece uma decisão simples, quase técnica, mas na prática ela carrega implicações profundas para a construção da obra, para a forma como o leitor irá se conectar com os personagens e até mesmo para a maneira como a trama se desenvolverá. Escolher a perspectiva certa não é apenas uma questão de estilo, mas um elemento que molda a alma do texto. A primeira pessoa, aquela em que o narrador fala diretamente ao leitor utilizando o “eu”, é talvez a mais íntima das perspectivas. Ela aproxima, cria uma relação direta entre quem conta e quem lê. Ao mergulhar na mente do narrador, o leitor enxerga o mundo através de seus olhos, sente o peso de suas escolhas e vive suas contradições. Há uma honestidade particular nessa forma de contar, ainda que seja, muitas vezes, uma honestidade limitada. Isso ...
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